Não-Violência



Oi amigos!


Ontem foi dia de mais uma blogagem coletiva. Desta vez o tema foi: "Dia da Não Violência - Homenagem a Mahatma Gandhi" e foi promovida pela Blogosfera Solidária.


Achei o tema muito interessante e oportuno, afinal, vivemos dias cada vez mais difíceis, no que diz respeito à violência. Refletindo então sobre o assunto, lembrei-me de algo que gostaria de compartilhar com vocês.


Como já falei aqui antes, sou praticante de Yoga. Muitas pessoas já ouviram falar, mas acho que não sabem realmente do que se trata, pois pensam que o Yoga consiste apenas nos exercícios físicos, ou algo que a gente faz para ficar “zen”, mas o Yoga é bem mais do que isso. O Yoga é uma (maravilhosa) filosofia de vida, e como tal, possui alguns princípios éticos, e entre eles (e creio que este seja o principal), está justamente o Ahimsa (palavra em sânscrito que significa não-violência), que vem a ser, justamente, o tema da blogagem que me referi.


O Ahimsa é um conceito Hindu. Mahatma Gandhi, idolatrado na Índia como mentor espiritual, sendo hoje considerado o maior mestre do Hinduísmo moderno, foi justamente o maior divulgador desse conceito.


A palavra Ahimsa deriva da raíz sâncrita hims, que significa “prejudicar”, “danar”, “ferir”, “matar”; acrescida do prefixo “a”, que é a negação, o que dá à palavra o significado de “não prejudicar”, “não danar”, “não matar” etc.


A violência é uma fonte de sofrimento, portanto Ahimsa (não-violência) pode ser considerada a prática de evitar causar qualquer tipo de sofrimento a todos os seres, estejam eles em um corpo (encarnados) ou fora dele (desencarnados). Trata-se de uma ação propriamente dita, é, portanto, um conceito prático. Basicamente essa ação tem a intenção de preservar e respeitar todos os seres do Universo (animais, vegetais, minerais, etc.), envolve, portanto, a Natureza e todos nós, enfim, toda a Criação. Pensando dessa maneira podemos compreender que somos parte de um todo, de um organismo vivo maior e que estamos todos vinculados uns aos outros, enfim, somos todos irmãos na grande família Universal, a família de Deus.


A não-violência real é o estado de não machucar alguém verbal, mental ou fisicamente.


Muito mais do que apenas não agredir os outros, Ahimsa é primariamente a não-violência de si mesmo e a conquista do respeito próprio. O auto-conhecimento, nesse sentido, observando e interpretando nossos pensamentos, palavras e ações, é importante para detectarmos a violência em nós mesmos, e assim, percebermos quando a praticamos com os outros.


A violência nasce do medo, da raiva, da ignorância, da suposição, da fraqueza, da inquietação. Para combatermos a violência é necessário nos libertarmos do medo e da raiva. O medo paralisa. Prejudica nosso relacionamento com as pessoas, com Deus, com a verdade. Ele nos impede de sentir a beleza da vida. Deste medo surgem as preocupações, ansiedades, frustrações, o egoísmo e os distúrbios emocionais. Afasta a pessoa das boas vibrações, sintonizando-a apenas com as ondas de vibrações violentas. Para a libertação do medo é vital ter fé em Deus e sentir que Ele está dentro de nós. Essa fé inabalável vem de uma mente controlada e equilibrada. Por sua vez, para superarmos a raiva que vem dos desejos insatisfeitos, precisamos transcendê-la, desenvolvendo coragem, contentamento, gratidão e desapego. Portanto, para vivenciarmos a não-violência, é essencial reeducar e acalmar a mente. Controlar os pensamentos cultivando emoções e pensamentos positivos. Precisamos mudar nossa atitude perante a vida, desenvolvendo a boa vontade e alegria de ajudar os outros, abrindo nossos corações para sentir amor, respeito e compaixão.


Em relação à Natureza, estaremos praticando Ahimsa quando nos preocupamos em separar o lixo reciclável, quando não gastamos água desnecessariamente, ao tomar banho ou escovar os dentes, por exemplo, ou quando não comemos tanta carne, ou ainda, não usando couro. Ou seja: utilizando-se do que a Natureza nos oferece, mas de maneira respeitosa e sustentável. Enfim, em tudo que formos fazer na nossa vida, podemos parar um pouco e pensar se aquela nossa atitude estará sendo uma fonte de violência para alguém.


Imaginemos um mundo onde Ahimsa fosse o primeiro princípio ético, onde a violência fosse reconhecida, mas transformada em compaixão. Quantas vezes esperamos que as pessoas tenham compaixão quando erramos? Mas quantas foram as vezes em que nós mesmos demonstramos compaixão com os erros alheios? Acho que, como em tudo na vida, devemos começar pela base, sendo gentil com os amigos e familiares e, aos poucos, estendendo essa atitude ao nosso redor. E assim, com cada um fazendo a sua parte, isso certamente se reverterá em benefícios para toda a Humanidade. E acho que a blogosfera é um bom local para treinarmos isso também!


Gente, é isso, eu achei muito importante essa lembrança da blogagem coletiva. Se todos nos importássemos com a prática da não-violência, em todos os aspectos de nossa vida, o mundo certamente estaria diferente, não é mesmo? Vamos refletir sobre isso, sempre há algo por fazer!...


Beijos a todos. Paz!



“A não-violência é o meio. A verdade é o fim” (Gandhi)


“A força de um homem e de um povo está na não-violência; experimentem” (Gandhi)


“O ódio não destrói o ódio, só o Amor destrói o ódio. Seja como o sândalo, que perfuma o machado que o fere” (Buda)


“Fazei bem ao que vos odeia, e orai pelos que vos perseguem e caluniam” (Jesus)